Diante do quadro de crescimento da violência entre os jovens, está em constante discussão a redução da maioridade penal no Brasil. Existem os que defendem a redução da maioridade penal e aqueles que acreditam que a redução da maioridade penal não é a solução para os conflitos sociais existentes. Porém o que a maioria dos pseudo-especialistas e sociólogos não atentam é que por trás da crescente onda de violência há fatores de ordem familiar, espiritual e social que devem ser observados.
A família desempenha papel único e extremamente importante na formação do caráter do ser humano. É no seio familiar que o indivíduo aprende às primeiras lições da vida, os princípios, os valores éticos e morais que nortearão a conduta ao longo da vida. Não foi por acaso que Deus deu singular importância a formação da família. " Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une a mulher, tornando-se os dois uma só carne." (Gn 2:24). No entanto, com a queda do homem, a família passou a sofrer sérios ataques e tentativas por parte do inimigo de distorcer os valores instituídos por Deus.
Uma observação triste mas real é constatar que grande parte dos jovens envolvidos no crime e nas drogas são filhos de famílias desestruturadas espiritual, emocional e socialmente. Outra realidade trágica é a segunda geração dessa anomalia familiar, ou seja, os filhos desses jovens envolvidos no crime e/ou dependentes de drogas que nascem e crescem sem qualquer estrutura familiar e têm como tendência lógica perpetuar o ciclo violência e desigualdade, são os "filhos da desobediência" (Cl 3:6).
O segundo fator importante é que com a queda, o relacionamento do Homem com Deus ficou comprometido. Com isso o Homem que era governado por Deus passou a guiar-se por suas próprias vontades e desejos. Como "a imaginação do Homem é má desde a sua meninice" (Gn 8:21) a tendência natural de quem está distante de Deus é seguir a natureza pecaminosa e praticar o que é mau.
Por fim não se pode deixar de considerar que uma nação sem desenvolvimento social terá sérias dificuldades em conter a violência, visto que a segregação social têm gerado inúmeros conflitos no decorrer da História humana.
Para se alcançar um patamar de nação desenvolvida, é necessário a conjugação de fatores como família, espiritualidade e desenvolvimento social. É utopia acreditar que um dia o Brasil será livre da pobreza, da violência e da desigualdade, certamente isso só ocorrerá plenamente na "Nova Jerusalém" (Ap 21:2), mas é possível, através do amor ao próximo, da oração e da santificação transformar o Brasil em uma nação mais justa, igualitária e pacífica, sem a necessidade de se criar leis mais severas ou de investir maciçamente em construção de prisões.
Deus quer que o ser humano viva uma vida de santidade e amor, servindo uns aos outros e construindo uma sociedade justa onde o padrão de santidade seja o próprio Deus. Quando a sociedade alcançar esse patamar de amor e serviço não será mais necessário discutir a redução da maioridade penal, visto que a violência já não será mais um problema.